terça-feira, 10 de novembro de 2009

A TUA AÇÃO


Esqueça que na minha sombra
não mais restam tuas sobras.
Quando nos momentos sem tensão,
quando sol não havia, eu virava tua brasa.
Quando decidia pintar teu ser de azul,
eu ia além do índigo.
Hoje,
sou combustível apagado
por beijos melados que não senti.
Agora,
existe perda de razão,
de lembrança, carinho,
doação do meu eu.
Eu lamento!
Passei de dor do ser quase,
a dor de ser sem fim.
Apenas nos meus sonhos
havia um acordo essencial
da jura com o tempo eterno.
Vaguei sem sentidos e sem ter fé.
Sem tuas sentidas rimas,
rolei ladeira abaixo
e por tabela, desandei na amargura.
Sem você, desandei o angu
sem qualquer tempero
sem ter cara de polenta
sem gosto de milharal.
Sem você, loucas noites me tornei
sem teu colo para me escorar.
Vida virada em ficção fracionada,
circo espartano, plenário burlesco
onde, eu, em cena, acenava verdades
para desatentos me ajudarem.
Se num dos desalinhos do acaso,
num singular momento de tua apatia
existiu um pingo de veredas de paz...
Juro que folguei no teu amor
sem pensar nos doces e salgados.
Você, arrumadeira de crepúsculo,
que espanou minha alma sem dó nem piedade.
Transformou meu mar Egeu em maré morta.
Movido na apatia,esqueci de chorar
e nos teus rios me perdi
até desaguar no mar.
Desandei de vaga, a onda mundana
a me atirar de contra as rochas
até me alterar em ostra.
Sem você,
vou padecer sem dedicar meus escritos.
Mas, sem você,
garanto que com a tristeza gerada,
vou gargalhar quando voltar a escutar
teus poemas enfeitados
com tuas insanas mil mentiras mineiras.

Nenhum comentário: