sexta-feira, 25 de setembro de 2009

FATO CONSUMADO


O irremediável ...
Finca morada onde a tormenta
não mais alcança o temporal.
Onde o teu deus não mais te erga
onde o mar não mais te afogue
e onde o sonho deixe de sufocar
quando ousar pensar amar
mais uma vez...
Ocorre que todo surto assusta,
quando a alma só se sente
ou quando na ausência
não mais se escuta bobices.
Imagine o assombro do amador
quando estiver a pensar passado
e sentir a sós, um filete
frio a escorrer do coração?


Arilton Miranda e Carmén Neves
MEUS MELHORES AMIGOS NA CARBOCRI

sábado, 19 de setembro de 2009

ALMA PLENA


Paixão é luar
é claridade, é estrela-guia
a mirar o mar sem sentido,
é a vontade de gritar e calar
sem saber que rumo tomar.
Amor nada tem a ver
com a safra de vinho
ou de beijo melado
que nos embriaga
até deixar a boca doída,
cheia de emoção
a revelar nua, a real idade
do teu ignorado amor.
Com a verdade do amar,
só existe a vitória
dos navios sobre o porto
apertado na baia sem galera.
O meu amor me traz paz
me dá mais que bem querer
nas noites quentes a campear
nos teus corcéis alados,
dos nordestinos cordéis
em direção ao por fim existir.
O teu amor é vida a ofegar
no fio da navalha e dos gracejos
dos doidos sentimento
do luar que cisma cuidar de tanto céu.
O meu amor é seta sem direção
é desafeto de opositor
que ao lançar o dardo
jamais acerta a alma
de quem é o amador.

AMIGOS
FELIPE SODRÉ - FERNANDO SODRÉ

VENTANIA


Venta
Venta, pássaro azul
Por que pensas que és livre?
Tudo o que queres fazes
fazes, como um menino mimado
que troca de brinquedo quando enjoa.
Não me deixo possuir
Porque me jogarias fora
Quero para ti ser vento, tempestade
Permanecer sempre, brisa indecifrável.
Inviolável sou na tua presença.
Confunde-me e vai embora
Te deixo na solidão anil do céu
a precisar o lugar do teu ninho.
Voa Ícaro,
Antes que tuas asas derretam
e tu te percas e ainda
tenhas que rastejar
como uma lagarta sem ser mariposa
em busca do meu eu. teu casulo.
Conheces o banquete e o vômito.
Trafegas fácil entre a lucidez e a loucura.
Eu mera sensatez
a espalhar teu brilho
fazer delirar tua platéia
e me recolhe triste
Ao descobrir que tua liberdade
Te fez escravo
de tuas próprias vontades.

o CANTO da ALMA MINEIRA
FELIPE SODRÉ - LEILA MARIA - FERNANDO SODRÉ

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

PRIMEIRO MOMENTO


NO CÉU O SOL
NO SOLO EU
NÚ A DECLAMAR
MEUS VERSOS
E A ME PERDER
NO TEU VERSO.
ESTIRADO, RETICENTE,
SEM TER MOTIVO
LADO A LADO
COM O DESCONFORTO
A ESCUTAR TEU CANTO
E SANAR MEU DESENCANTO.
OUSO NO INFINITO
DESACATAR VOCÊ
NO CONFRONTO DO DESCONFORTO
DO MEU EQUÍVOCO.
PERSISTO SER TEU HOMEM TOLO
NO ACORDE SEM TRÍTONOS.
SEM A MÍNIMA NOÇÃO
DEIXO TRANSBORDAR
MEU QUERER NA DÚVIDA
DE NÃO SABER
COMO DESVENDAR E DIVIDIR
A DÍVIDA EM DIVISÓRIA
E MEU CORAÇÃO EM DIVIDENDO.

Meus amigos: LEILA MARIA/FERNANDO SODRÉ/CARMEM NEVES