quarta-feira, 23 de abril de 2008

DERRADEIRO LAMPEJO

Desencontrado e frágil, desfaço-me
frente à insensata razão.
Desencanto o previsto...mas não desacato.
Desafio à aparição...mas não desafino.
Eu, solidário dos tolos, ermitão da solidão alheia.
Do meu tempo... não me perco.
Sonho fora da razão e me reajusto em minha fé.
Trôpego, me desfaço e denuncio o motivo
Faço do brilho, o breu ao meu revelar.

Atrevido, profiro que a morte será em vida,
opção covarde de um ser só excitado, de tanto decidir.
Faço do furacão, brisa evidenciando a brasa na minha opção.

Escolho você, tornado ser ávido, de nosso entrelace.
Mais uma vez tolo, de boca em boca,
sangro de desejo por não saber beijar.
Sigo o rumo do teu olhar, até o fim.
Tonto de tanto ansiar, encantado,
Descubro pelos dedos, alados querubins.

Abatido ao sobreviver sem ti
sem poder pronunciar teu nome
Sem jamais retornar a beijar teus lábios
Seria assinar minha agonia,
No rumo do solitário, sem ser solidário
Corro na busca de Zeus.

Torno-me poeira de estrada e de carona na ventania
Impregno teu corpo e me resumo unitário a ele.
Procuro tua boca e me reúno a tua gosma.
Misturo-me pleno em ti,
no suave mistério da tua partida,
na tola pureza do desejo de um ser.
Tendo, ele... o meu outro eu distante,
Cativo, em segredo, na clausula dos meus lábios!

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