sábado, 19 de abril de 2008

REEDITAR O INFIEL

Ao experimentar ser Sol
Senti a doçura da Lua
Desejei amá-la como um mortal,
Atrás da Via Láctea.
Disfarcei com habilidade e pela distância
Tomei posse do sentido de não ter emoção
Para não sofrer o mal da saudade.

Reconheço meu rival .
O dragão do medo, com dezenas de cabeças
A soltar labaredas e fazer do inferno
paraiso para quem não se ilude.
Eu, singular figura patética erudita
irresponsável de tantos tolos devaneios,
sem noção de estar fora do tempo.
Calmo, sem envolver o presente
com o momento futuro
sigo em frente com ironia
na acuidade de meu vôo do sem fim
ao imaginar estar do teu lado a te afagar.
Inseguro, sinto a paixão passar ao largo.

Olho o céu
projeto o trajeto a cursar,
a superar charadas, zonzo
vou de encontro ao desespero.
Tolo cavalheiro combatente.
Oro e volto a meditar!
Logo pela Lua insano coração foi se amarrar?
Trovões, provocam o duvidar.
Apenas por ser ela domadora de dragões.

...Eu, me entreguei ao delírio,
bebi todas as guerras, perdi todos os conceitos,
expus o tesão do meu amor e
a vesti de nuvem com ciúmes
e ao preservar sua nudez
senti o clamor de sua ternura
adormecida ao longo de um ato eterno.

Ao acordar a vejo crente, crescente.
Eu um mero amante, atado a ela
aproveito o enlace e a sinto
Aturdida, no brilho do renascer
Eu bandoleiro sedutor cavalheiro
satisfaço meu desatino anseio
Abraçado a ela,
Proponho contar todas as estrelas cadentes
e nos perder no infinito.

A correr tresloucado em sua direção
envolvo-me em repetitivos movimentos
Absorvendo todos os momentos
De seu sorriso extasiado de crente,
No pé do ouvido, confesso docemente
apenas para ela,
Uma palavra mágica, esquecida,
que incautos são capazes de morrer.

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